OLHE PARA AQUELA CRIANÇA. Por Nestor de Almeida.
Olhe para aquela criança! Ela é branca, preta, homem, mulher e de qualquer nação. Ela precisa da sua ajuda e está com as mãos estendidas, abanando na sua direção. Ela não está pedindo uma moeda, um doce ou um pedaço de pão. Ela quer mesmo é que você a ajude, colocando um caderno e uma caneta em suas mãos.
Olhe para aquela criança! Ela fuma um cigarro de maconha e caminha com arma em punho na sua direção. Ela vem para assaltar você e tem batendo acelerado dentro do peito um coração. Ela não gostaria de levar o que você tem não. Ela quer mesmo é que você a ajude, colocando um caderno e uma caneta em suas mãos.
Olhe para aquela criança! Ela está suja, com a roupa rasgada, barriga vazia e pés no chão. Ela está pedindo mais que um banho, comida, roupa limpa e sapato em boas condições. Ela quer mesmo que você a dote como seu filho e a ajude colocando um caderno e uma caneta em suas mãos.
Olhe para aquela criança! Ela vem limpar o vidro do seu carro com uma flanela e uma garrafa de água em suas mãos. Ela trabalha por uma moeda, para comprar comida, remédio, roupa e, se sobrar, comprar um doce para o seu irmão. Mas, o que ela quer mesmo é que você a ajude, colocando um caderno e uma caneta em suas mãos.
Olhe para aquela criança! Ela está sentindo frio, com a roupa molhada, dormindo em cima de um papelão ali no chão. Ela quer mais que um agasalho enxuto, um quarto com cama e colchão. Ela quer mesmo é que você a acolha e a ajude, colocando um caderno e uma caneta em suas mãos.
Olhe para aquela criança! Ela está de roupas limpas, pés calçados, cabelos escovados e com boa alimentação. Ela está em uma escola com outras crianças com caderno e canetas em suas mãos. Ela está fazendo o que todas as crianças deveriam fazer: ela está se preparando para ajudar a construir uma nova NAÇÃO. Feliz dia dos pais! Nestor de Almeida.
